28 de março de 2014

Nenhures

Mais uma do Michaelis:

nenhures 
ne.nhu.res 
adv (de nenhump us Em nenhuma parte.

A vida não é fácil. E para o ciclista, a vida não é fácil nenhures...
Esta placa está afixada em frente ao Terminal 4 do Aeroporto Internacional de Cumbica.

Leia-se: se você conseguiu chegar até aqui de bicicleta, ainda não é aqui que pode ficar. Pedale mais um pouco e vá até o terminal 1 ou até o terminal de carga e volte andando.

No detalhe, atrás da grade, o vasto espaço dedicado ao estacionamento de automóveis. 

Vamos ter fé! A GRU Airport deve ter um motivo muuuito forte para não ter um bicicletário no terminal 4. 




É preciso lutar contra o absurdo!

Eu me considero uma pessoa otimista. Apesar de tudo contra, acredito na humanidade, no bem e na paz. Apesar da violência gratuita, da poluição e da ganância, eu tenho fé que a boa vontade prevalecerá. 
Minha esperança recebeu um murro na cara: foi divulgada uma pesquisa que retrata que 65% dos brasileiros acreditam que se as mulheres vestissem roupas adequadas haveria menos estupros.
É até difícil comentar...
É preciso admitir que a maioria dos brasileiros é composta de pessoas com mente machista. Pessoas que culpam a vítima pela agressão que sofreu.
Aceita essa premissa, é preciso lutar contra o absurdo.
O que é uma "roupa adequada"?
A burca é adequada?
O que é adequado vestir na praia? Biquíni ou burca?
Lembrei-me do caso da atriz Betty Faria, que, moradora do Rio de Janeiro, resolveu ir à praia num belo dia de sol. E foi vestindo o quê? Um biquíni, lógico!
Lógico nada! A patrulha da vida alheia resolveu crucificá-la na internet porque ela já não teria a idade ADEQUADA para vestir um biquíni.
E aí? Seria mais adequado que ela vestisse uma burca? Por que ela não pode vestir um biquíni?
Ela pode! Ela é livre! Nós somos livres! Ninguém tem o direito de questionar o que vestimos. E ninguém tem o direito de nos agredir usando um pretexto estapafúrdio como esse.
É que é muito mais fácil apontar o defeito no outro, enquanto a selvageria e a bestialidade está dentro de nós.
É preciso lutar contra o absurdo!

27 de março de 2014

Passeio com obstáculos

Li por aí que a ciclovia da Av. Sumaré deixou de ser ciclovia para se tornar um "passeio". Mas o passeio por lá ficou mais difícil depois da última intervenção da Prefeitura de São Paulo.
Entre o final de 2013 e o início de 2014, a Prefeitura realizou algumas obras no passeio da Av. Sumaré. 
Reformou (e melhorou) o trecho próximo à Praça Marrey Júnior, que havia sido negligenciado na reforma anterior (gestão Kassab). 
Fez outras duas intervenções nos cruzamentos com as Ruas Apinajés e Vanderlei. 
No primeiro, a Prefeitura abriu passagem para os carros que vêm da Rua Apinajés cruzarem a Av. Sumaré. 

No segundo, a obra "comeu" um pedaço do canteiro central para facilitar a conversão à esquerda dos carros que vêm da Rua Vanderlei. 

Ocorre que, em ambos os casos, no lugar de guias rebaixadas, a obra deixou guias elevadas, o que dificulta o acesso de ciclistas e impossibilita o acesso de cadeirantes. O ciclista ainda pode desmontar e subir a guia empurrando a bicicleta. E o cadeirante, como faz?
Em 14 de janeiro de 2014, abri protocolo no SAC solicitando uma posição da Prefeitura sobre o assunto. Mais de um mês depois, como não obtive resposta, fiz nova solicitação, desta vez na Ouvidoria da Prefeitura.
Hoje, 27 de março de 2014, recebi um telefonema da Ouvidoria. Fiquei toda feliz! Oba, pensei, resolveram o problema! 
Que nada! A funcionária da Ouvidoria estava me ligando tão-somente para me informar o número do protocolo da reclamação registrada eletronicamente há mais de um mês!
Pergunta-se:
Se levaram mais de um mês só para gerar o número do protocolo, quanto tempo devo esperar para uma resposta da Ouvidoria? 
Quem deverá ter tido a brilhante ideia de deixar as guias elevadas?
Se a Prefeitura considerar que houve um erro na obra, quanto tempo levará para consertá-la?
Se houver o conserto com o rebaixamento da guia, quem arcará com os custos?
Prometo contar os próximos capítulos, mas pode demorar...

Propaganda para princesas

Gosto de ouvir rádio. Música e notícia. A notícia no rádio é mais rápida e menos engomadinha. A música no rádio tem um efeito surpresa que o MP3 player não tem. Você nunca vai conhecer uma música nova ou um cantor desconhecido dentre os arquivos digitais guardados no seu telefone ou tocador.
Entendo que num sistema capitalista as empresas de rádio são sustentadas pela propaganda (sem falar no jabá, mas isso é assunto pra outro dia). Ela é um mal necessário. Por vezes, até diverte. Mas, ultimamente a propaganda tem me incomodado. 
Há uma peça publicitária de uma empresa de seguros (ligada a um banco) que mostra a conversa entre pais e filhos. O pai diz ao filho que quando ele crescer será o homem da casa e terá que trocar lâmpadas, consertar eletrodomésticos e outras coisas supostamente masculinas. Já a mãe diz à filha que ela, ao se tornar adulta, terá vida de princesa. Daí a propaganda segue para vender o seu peixe: um seguro voltado para o público feminino.
Acho que não entendi. Se essa empresa está vendendo seguros para mulheres, o público-alvo dela é formado por mulheres que podem pagar pelo seu próprio seguro e não por princesas. Afinal, princesas não têm que se aborrecer com questões prosaicas como seguros, corretores, prêmios e sinistralidade.

Sabe quando eu vou contratar o seguro dessa empresa? Nunca!
Sabe por quê? Porque eu e ela vivemos em mundos diferentes.
No meu mundo, trocar lâmpadas, fazer pequenos consertos em casa, cuidar do lugar onde se vive são coisas habituais de pessoas independentes, homens ou mulheres, que não precisam de ajuda para amarrar os cadarços.

Talvez eu esteja sendo muito crítica. Mais crítica a cada dia. É por essa razão que vejo cada vez menos TV. O problema é que tenho tido cada vez menos vontade de ouvir rádio também... 

24 de março de 2014

Sim, é possível!

Vivo ouvindo que "São Paulo não está preparada para o ciclista" ou que "geograficamente, São Paulo não é uma cidade adequada ao ciclista". De certa forma, essas sentenças estão corretas, pois, de fato, não há estrutura viária adequada à bicicleta e São Paulo tem ladeiras. 
O problema é que essas frases são usadas como desculpa para não incentivar ou não investir no uso da bicicleta como meio de transporte.
Hoje, aprendi mais um argumento para defender a bicicleta como meio de transporte. Descobri um equipamento urbano, já utilizado na Noruega (Claro! Onde mais?), que facilita a tarefa de vencer subidas íngremes. Ajuda até quem está empurrando um carrinho de bebê.
Sim, é possível pedalar em São Paulo!
Basta querer!
Agradecimentos ao Portal Mobilize Brasil (www.mobilize.org.br) por divulgar a informação.
Link para a notícia no portal:
Cidade norueguesa disponibiliza ajuda para ciclistas encararem subidas
Link para o site do equipamento:
http://trampe.no/en/home

22 de março de 2014

Marchas, paradas e paradoxos

Faltam alguns dias para os 50 anos do golpe militar de 64 e hoje alguns grupos realizaram a Marcha da família com "Deus" pela "liberdade". Digo Deus e liberdade entre aspas porque não acredito que Ele esteja envolvido nisso nem que esse movimento seja pela liberdade de quem quer que seja, nem deles próprios. Afinal de contas, eles só puderam ir às ruas hoje porque a ditadura não existe mais.

Hoje é o dia mundial da água. Em São Paulo, estamos à beira de um racionamento, enquanto Porto Velho está embaixo d'água. Alguma coisa está fora da ordem... Ou será que temos uma nova ordem e devemos correr para nos adaptar a ela? Fechemos nossas torneiras!

Alguns significados (retirados do dicionário Michaelis) para aprender e refletir:

paradoxo 
pa.ra.do.xo 
(cssm (gr parádoxos1 Opinião contrária à comum. 2 Afirmação, na mesma frase, de um conceito mediante aparentes contradições ou termos incompatíveis.

contradição 
con.tra.di.ção 
sf (lat contradictione1 Ação de contradizer; afirmação em contrário do que foi dito. 2 Incoerência entre afirmações atuais e anteriores, entre palavras e ações. 3 Oposição entre duas proposições, das quais uma exclui necessariamente a outra. 

incoerência 
in.co.e.rên.cia 
sf (in+coerência1 Falta de coerência. 2 Qualidade de incoerente. 3 Falta de harmonia com os antecedentes.

fábio moon e gabriel bá


21 de março de 2014

E o blog nasceu!

Outro dia ouvi de um especialista em geriatria que uma forma muito eficaz de manter a mente jovem seria aprender uma coisa nova por dia.
Hoje, enquanto estudava língua portuguesa, essa ideia voltou à minha mente.
Comecei, então, a pensar qual seria a melhor maneira de registrar os novos conhecimentos e aprendizados diários. Adoro papel, lápis, agendas e cadernos, mas estou numa fase mais social. Então, resolvi começar a escrever esse blog.

Apesar de ter estudado língua portuguesa o dia todo, o aprendizado que quero registrar hoje veio de uma breve pesquisa em administração financeira.
Aprendi o significado de CUSTO DE OPORTUNIDADE, que representa aquilo que deixamos de fazer para executarmos outras tarefas às quais demos prioridade.
E isso me trouxe uma inquietação: pensar no custo de oportunidade pode trazer uma certa ansiedade adicional para os ansiosos. Pensar no custo de oportunidade de meditar, por exemplo, certamente bloqueará a capacidade de esvaziar a mente.
Por outro lado, refletir sobre o custo de oportunidade pode nos ajudar a fazer a melhor escolha entre várias opções de atividades.

Qual o custo de oportunidade de se deslocar pela cidade de carro?
Você perde a oportunidade de andar a pé e conhecer a cidade por outro ângulo. Você perde a oportunidade de pedalar e se exercitar enquanto se desloca. Perde a oportunidade de não poluir. Perde tempo e paciência no trânsito e, por fim, perde dinheiro com combustível e estacionamento.

Parafraseando Martin Luther King: eu tenho um sonho! O meu sonho é ver a marginal Tietê repleta de bicicletas e nenhum carro, ônibus ou caminhão.