27 de março de 2014

Propaganda para princesas

Gosto de ouvir rádio. Música e notícia. A notícia no rádio é mais rápida e menos engomadinha. A música no rádio tem um efeito surpresa que o MP3 player não tem. Você nunca vai conhecer uma música nova ou um cantor desconhecido dentre os arquivos digitais guardados no seu telefone ou tocador.
Entendo que num sistema capitalista as empresas de rádio são sustentadas pela propaganda (sem falar no jabá, mas isso é assunto pra outro dia). Ela é um mal necessário. Por vezes, até diverte. Mas, ultimamente a propaganda tem me incomodado. 
Há uma peça publicitária de uma empresa de seguros (ligada a um banco) que mostra a conversa entre pais e filhos. O pai diz ao filho que quando ele crescer será o homem da casa e terá que trocar lâmpadas, consertar eletrodomésticos e outras coisas supostamente masculinas. Já a mãe diz à filha que ela, ao se tornar adulta, terá vida de princesa. Daí a propaganda segue para vender o seu peixe: um seguro voltado para o público feminino.
Acho que não entendi. Se essa empresa está vendendo seguros para mulheres, o público-alvo dela é formado por mulheres que podem pagar pelo seu próprio seguro e não por princesas. Afinal, princesas não têm que se aborrecer com questões prosaicas como seguros, corretores, prêmios e sinistralidade.

Sabe quando eu vou contratar o seguro dessa empresa? Nunca!
Sabe por quê? Porque eu e ela vivemos em mundos diferentes.
No meu mundo, trocar lâmpadas, fazer pequenos consertos em casa, cuidar do lugar onde se vive são coisas habituais de pessoas independentes, homens ou mulheres, que não precisam de ajuda para amarrar os cadarços.

Talvez eu esteja sendo muito crítica. Mais crítica a cada dia. É por essa razão que vejo cada vez menos TV. O problema é que tenho tido cada vez menos vontade de ouvir rádio também... 

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